Marketing do Bem

Segundo o professor e filósofo, (e hoje também político), colombiano Antanas Mockus, autor dessa teoria, existe um divórcio entre esses três sistemas reguladores sociais: Lei, moral e cultura. Mockus prega que a aceitação de determinados comportamentos sociais (nocivos ou não) dependem muito da moral individual, código de conduta que se aprende em casa, e do contexto social e cultural de uma comunidade. Em outras palavras, não basta ter a norma legal se determinado comportamento contrário é aceito sem questionamento pela sociedade. Como exemplo, a cidade de Manaus – AM - convive com um enorme volume de fraude e furto de água tratada. O desvio pode alcançar até 70% da água tratada distribuída.  Esse comportamento nocivo, independente da classe social, causa enormes prejuízos à concessionária responsável pelo abastecimento da cidade e à própria sociedade que, em função da grande perda e desperdício, acaba sofrendo com a falta de água intermitente em alguns bairros. Apesar de s

Em 2002 quando pesquisamos a percepção dos problemas mais relevantes do bairro, junto à comunidade de Vila Pompeia em São Paulo, tomamos um susto. Ao analisarmos os mais de 500 questionários respondidos, entre perguntas fechadas e abertas, verificamos que o principal problema eleito pelos moradores era o cocô de cachorro espalhado pelas calçadas. Esse fato incomodava mais que drogas, furtos, violência e outros diversos problemas abordados. Posteriormente, ao se aprofundar melhor sobre o tema foi fácil constatar que esse é um problema recorrente das grandes cidades no mundo inteiro, onde a população de animais de estimação cresceu de forma exponencial. O dejeto canino é, sem dúvida, um dos maiores problemas de limpeza publica nas metrópoles. Seja em São Paulo, Nova Iorque, Lisboa ou Paris, toneladas e toneladas de dejetos de cães são espalhadas diariamente pelas calçadas, ruas e jardins. Um grave problema de higiene e saúde pública responsável pela contaminação do solo e da águ

Todas as organizações (públicas ou privadas) enfrentam riscos para o sucesso em longo prazo se não conseguirem compreender plenamente mudanças comportamentais na população: o consumo e desperdício, a escassez de recursos, a disponibilidade de água, prevenção de doenças e a segurança energética. Parece complicado, mas, quando se olha para frente, há muitas oportunidades, se temos vontade e habilidade para criar um futuro econômico e socioambiental desejado. Mas, trazer o futuro desejado para a vida requer transformação –  principalmente mudança comportamental com foco na sustentabilidade – seja no público interno ou externo (consumidores, funcionários e fornecedores) Como as pessoas se comportam em relação a água, segurança energética e saúde pública não é mais, há muito tempo, apenas uma preocupação de governos e ONGs Uma pesquisa realizada recentemente na Inglaterra constatou que: 8 em cada 10 executivos veem principalmente a mudança de comportamento com foco em sustent

Missão Uchimizu. Uma tradição vira campanha de marketing social para reuso da água (O exemplo do Japão). Os japoneses são amantes da água. E não só a utilizam de um modo prático para as suas necessidades diárias, mas também querem ver, ouvir e sentir água. É uma sensibilidade que procura o gosto e o sentimento poético nesse elemento essencial à vida. Esse sentimento é bastante desenvolvido nas ilhas porque, no Japão, as pessoas têm um profundo respeito pela natureza e suas alterações sazonais. O Uchimizu é um exemplo bem conhecido de como água tem lugar importante no estilo de vida japonês. Os verões japoneses são extremamente quentes. Causam nas cidades japonesas uma situação bastante inóspita para a qualidade de vida local. Em Tóquio, há muitos dias no médio verão que a temperatura alcança uma elevação de mais de 30c e noites “tropicais” onde a temperatura não fica abaixo de 25c. Nesta época, ocorre um fenômeno local quente e úmido conhecido como “ilhas de calor”. Esta é uma

O ritmo de consumo dos recursos naturais e a consequente geração de resíduos (sólidos ou não) com efeitos devastadores de poluição do solo, água e ar,  prevê um futuro nada animador para a preservação da vida na terra.  Mudar o comportamento individual é fundamental para se alcançar uma economia sustentável. A começar por adotar estilos de vida que contribuem para a redução do efeito estufa. A COP21,  em Paris reuniu dezenas de presidentes, cerca de 160 chefes de estado e especialistas de 196 países. E nesses dias, discutiram metas desejáveis (precisáveis)  de redução dos gases de efeito estufa, do desperdício e aumento da eficiência energética e de uso da água, que só serão alcançadas se houver mudança comportamental (da economia) do consumidor no mundo todo. Sim, mas, não bastarão protocolos internacionais para essas metas se todos (governo, empresas e cidadãos/consumidores) não adotarem um comportamento sustentável. E, infelizmente, 95% da população no mundo se movem no pilo